Parte da produção bibliográfica da Profa. Dra. tania navarro-swain está disponível em seu site: www.tanianavarroswain.com.br
A CONSTRUÇÃO DAS MULHERES: A RENOVAÇÃO DO PATRIARCADO
A CONSTRUÇÃO DAS MULHERES: A RENOVAÇÃO DO PATRIARCADO
tania
navarro swain
Os feminismos estão trabalhando
para que as mulheres se afirmem enquanto sujeitos políticos, sujeitos de ação,
de consciência e reflexão. Seres humanos que não se definam por seu corpo, por um
sexo, por uma identidade fictícia que lhes assegura um lugar inferior no
social. Aos feminismos o patriarcado responde de várias maneiras: pelos
insultos que todas conhecem e não vou retomar aqui, pelo silencio e por uma
adaptação insidiosa às conquistas duramente conseguidas pelas mulheres.
Na academia, a tática é o
silencio. Apesar de sua incontestável pujança cognitiva e analítica, a produção
feminista do conhecimento tem sido mantida em corredores secundários, pois
acende o alerta vermelho do desafio ao bio-poder, ao poder patriarcal de criar um
conhecimento conjugado no masculino e assim construir a “diferença” entre os
seres humanos. A repetição incansável da “diferença dos sexos” recria a ficção
do superior/inferior ancorada na ode ao sexo masculino. É portanto, a ênfase e
a valorização do sexo como eixo das relações humanas e do sexo masculino como
referente máximo que justificam o biopoder.
Frases como “O feminismo
acabou”, “as mulheres já conseguiram tudo, o que mais querem?” são recorrentes no
cotidiano e buscam apagar a reconstrução constante da “diferença” e do
binarismo hierárquico.
Como todas sabem os
feminismos almejam a mutação de um social cimentado na dominação e na
apropriação dos corpos e do trabalho das mulheres. Entretanto, para além da
couraça patriarcal, há fatores, internos aos feminismos, que bloqueiam o
desenvolvimento de um saber de ponta, dirigido à transformação dos quadros e
métodos de pensamento, visando a diversidade , muito além da “diferença” de sexo.
Se os feminismos primam pela criatividade e
renovação, certas categorias podem representar bloqueios a seu desabrochar se
utilizadas sem uma problematização e uma perspectiva crítica.
Dentre elas, acredito que
teoricamente, o emprego da categoria “gênero” muitas vezes reinstala o discurso
da natureza, pois no famoso sistema sexo / gênero, um fundamento biológico,
logo natural, estaria incontornavelmente presente.
Ora, a importância dada
ao sexo biológico enquanto fundamento do poder, de identidade, do político, é
um traço cultural e como bem sublinha Judith Butler, não existe gênero fora de
práticas materiais de gênero. E ela vai ainda mais longe, ao afirmar que desta
forma o sexo é construído pelo gênero, cuja performance desmascara a
irredutibilidade do biológico. Assim, a
utilização acrítica e a- histórica da categoria “gênero”coloca em primeira
linha o “natural”, o “sempre foi assim”
em todas as sociedades e espaços de maneira universal, sem levar em
conta as especificidades biossociais no espaço /tempo.
Ora, nenhuma
biosocialidade é preexistente à sua objetivação, à sua materialização. Ao
contrário, é em suas práticas que toma forma a carne e que se criam os
sentidos. A denominação “sexo social” já levava em conta esta circunstância
pelas feministas dos anos 1970/80 e em meu entender esta é ainda a melhor
maneira de significar as relações sexo/ sexualidade no agenciamento societário.
A ingenuidade ou a
perversidade que separam natureza e cultura
são extensões de um bio- poder em ação. Pois o poder atua
na carne para melhor extraí-la da trama das relações sociais e lhe atribuir uma
significação universal.
O esquecimento da
plasticidade de uma coreografia ontológica, como a nomeia Donna Haraway, é de
fato uma das realizações do patriarcado que determina uma forma e uma função
aos seres segundo apenas um fator: seu sexo biológico.
Os feminismos não cessam
de mostrar que os opostos binários são apenas
efeitos de sentido. Desta forma, o sexo não está para a natureza assim como o
gênero está para a cultura. Haraway questiona esta divisão e propõe em
uma só palavra “naturezacultura” como uma única e mesma força, pois nada é fixado de antemão e uma vez por todas.
Assim, para efeito de análise crítica do
social a categoria gênero deve incluir os termos de sua construção.
A dança dos seres, diz Haraway,
forma plasticidades diferenciais da carne em cada formação social. Nesta
perspectiva, as sócio-conexões são parciais e nunca definidas anteriormente,
como querem alguns estudos do “gênero”. As relações sociais são eminentemente
históricas e constitutivas na diversidade das experiências sociais. E a
história patriarcal apaga, sem pudor, esta amplitude, para oferecer a monotonia
de um binário segundo o mesmo molde eterno, o que é retomado muitas vezes pelo binarismo que pode supor a
categoria “gênero”.
As fundações e as origens
são contingentes, sublinha Butler. Adão e Eva são apenas representações de um
poder avassalador que aspira a se justificar. Como sublinha Haraway “[...]
nenhum dos parceiros preexiste a seu relacionamento, este último jamais fixado
de uma vez por todas” (19)
As relações humanas são
ainda forjadas em um imaginário patriarcal que lhes criam origens universais
para melhor justificar sua manutenção. Entretanto, diz Haraway, com humor: “não
há fundação, há apenas elefantes empilhados uns sobre os outros até embaixo.”
(10)
Da
mesma maneira, a ficção patriarcal faz do binário hierárquico o eixo das
relações humanas e funda sobre o sexo e a sexualidade seu bio-poder, que se
torna então, “indiscutível”. É assim que a categoria “gênero” torna-se um
obstáculo ao conhecimento feminista, pois submete as relações bio-sociais ao
mesmo esquema do natural sem questionar a importância dada ao sexo em
sociedades múltiplas.
Esta é
talvez a razão de sua aceitação na academia, já que perdeu sua força de
indisciplina, de indignação e se tornou uma categoria domesticada, que não
representa nenhuma ameaça para o patriarcado e sua história dita “universal”,
da qual as mulheres são apagadas.
O gênero
assim utilizado, afasta o perigo dos feminismos, de sua insubmissão, de seu
desejo de transformação. O gênero, que não problematiza, apenas descreve,
submete-se às garras do patriarcado que renascem sem cessar e se agarram sobre
novas superfícies para reproduzir os esquemas de poder.
O patriarcado, tal como o capitalismo, adapta-se às
transformações sociais e em sua nova face mistura-se às conquistas realizadas
pelas mulheres.
É assim que outro obstáculo maior à difusão e à circulação do
conhecimento feminista, à afirmação das mulheres enquanto sujeitos políticos
são as mulheres elas mesmas, adotando as significações sociais do que é ser
mulher. Pois nesta perspectiva, só se é mulher dentro de certo tipo de relações
sociais encabeçadas pela heterossexualidade e por certo tipo de comportamento.
As novas tecnologias de informação e de reprodução humana são
colonizadas por este patriarcado cujo fôlego não se esgota. Recitam as mesmas
litanias sobre a “verdadeira mulher”, esposa, mãe, bela, sedutora, amante,
disponível. As mídias incitam as mulheres e as meninas a adotar as imagens de
sedução incompatíveis com um feminino autônomo, sujeito político independente.
Desta
maneira, se as teorias feministas decolam em sua produção do conhecimento, as
representações sociais que se fazem carne exprimem ainda um feminino construído
à sombra da diferença. Vemos assim a volta aos primeiros objetivos dos feminismos
contemporâneos, isto é, agir para o
despertar da consciência das mulheres enquanto sujeitos políticos. Os caminhos parecem traçados em círculo: o fim da
viagem traz as mulheres de volta à sua condição “natural”.
Para analisar este bloqueio, que impede a difusão do saber
feminista e ao mesmo tempo da tomada de consciência da ação do biopoder,
considero que a noção foucaultiana de “dispositivo” é um instrumento teórico
ideal.
O que é o dispositivo? É o conjunto de estratégias sociais e
de biotecnologias de poder que produzem corpos sexuados significando-os
enquanto sexo social. Os mecanismos do dispositivo constituem e são engendrados por conexões de poder. É assim
que as instituições, as leis, as mídia, a linguagem, a divisão do trabalho, as
condições de produção e de imaginação sociais são elementos do dispositivo.
Criam e são criados em certa configuração de saber e dão origem a poderes
diversificados. (MP 246)
Vemos então que cada formação social em sua escala temporal e
seu espaço geográfico interage de maneira singular com as transformações
societárias. As cartografias feministas não podem ignorar tais flexibilidades.
Estou exausta de ouvir antropólogas, sociólogas,
historiadoras, filósofas dizerem “sempre foi assim” referindo-se à hierarquia
binária dos sexos. A análise teórica tem que ser levada às últimas
conseqüências e este tipo de afirmação não se funda senão em sua repetição.
Funda-se na indolência analítica, que prefere adotar a repetição em vez de
buscar a multiplicidade no agenciamento social. Quem é que pode saber tudo
sobre todas as sociedades, em todas as épocas?Que tipo de arrogância enuncia
tais verdades, senão a presunção do ignorante?
Gostaria de pensar a noção do dispositivo em três momentos,
que se imbricam e se entrelaçam para produzir os sexos e as relações de poder
que deles são constitutivas. Este biopoder retoma os mesmos temas sobre o
feminino com outras ressonâncias, mas a música permanece a mesma.
O primeiro momento é o da sexualidade que pode ser visto hoje
como a incitação a uma hiper sexualidade, cuja norma é a heterossexualidade
identitária. O segundo momento é o do dispositivo amoroso, ligado à construção
social específica do feminino, cuja iteração, repetição de suas
particularidades resulta em sua reprodução. O momento que perfaz a tríade é o
dispositivo da violência, simbólica e material que pretende domesticar e
sujeitar o sexo social feminino pela utilização do medo e da força.
Não são novos eixos na construção social do feminino,
entretanto aparecem sob novas formas e estreitamente ligadas.
Os feminismos investiram na redescoberta dos corpos, na
tomada de consciência que fez da sexualidade não mais um lócus de servidão, mas
sim de florescimento. “O direito ao prazer” fazia parte dos direitos a serem
obtidos e tinha um gosto de liberdade.
“O pessoal é político” afirmavam as feministas e isto
implicava igualmente o direito a uma sexualidade livre.
Todavia, o dispositivo da sexualidade, regido por um
patriarcado ativo, retoma esta conquista em seu proveito: o controle rígido da
virgindade de antigamente dá lugar à exacerbação sexual que beneficia o
conjunto dos homens cujo desejo nunca parece se satisfizer.
As mulheres não encontram aí qualquer proveito, pois a
sexualidade torna-se a base de uma “mulher liberada”. A liberdade almejada era,
acredito, aquela das escolhas, dos momentos, do desabrochar do corpos e suas
capacidades; não a necessidade insuflada pelos discursos sociais. A sexualidade
desmedida obedece à lei da repetição, pois seu exercício torna-se obsessão,
centro da vida, nódulo identitário.
Não mais a criatividade dos prazeres múltiplos sobre corpos
que se tocam: o prazer se reduz a ansiosas buscas de pontos pré-fixados, tal
como o improvável ponto G. A sexualidade feminina que prometia a diversidade de
sensações não faz senão imitar a sexualidade masculina, apressada em obter
encontros variados e resultados rápidos.
A televisão e o cinema estão entre os mecanismos mais
eficazes do dispositivo: as imagens que aí se produzem mostram uma certa
sexualidade paradigmática, um modelo de comportamento, uma representação social
e sexual que se materializa ao se reproduzir. É a sexualidade sob a égide da
necessidade incontornável que faz agora parte integral da imagem da “mulher
liberada”.
É não somente a incitação a um certo tipo de sexualidade e de
comportamento que aí se encontra, mas sobretudo sua própria produção que se
configura.
É assim que cada vez mais jovens, as mulheres vêem seu
“direito ao prazer” se metamorfosear no oximoro “liberdade obrigatória”. No
Brasil 1/3 das meninas de menos de 15 anos já havia tido relações sexuais em
2006, três vezes mais que em 1996. Quantas meninas não vivenciam uma gravidez
indesejada?
O direito à contracepção, duramente conquistado pelos
feminismos teria caído em desuso? A utilização de preservativos depende da boa
vontade dos homens, de um assujeitamento feminino ainda vivo? Quem
tira proveito das “mulheres liberadas”? Quem paga afinal, a adição?
O pensamento straight
(correto) identificado por Wittig e a heterossexualidade compulsória
explicitada por Adrienne Rich, são
análises de toda atualidade: a representação da “verdadeira sexualidade” no imaginário
social é binária e oposta, sua função primeira é de procriar e de fixar
identidades sexuadas. A heterossexualidade é deste modo performativa, pois
transforma os corpos sexuados em sexo social.
É, portanto a partir da heteronormatividade que diferentes
identidades sexuais reivindicam sua existência. O sexo biológico não é senão
performance, pois o que importa é o sexo social e as práticas sexuais que o
engendram. Todas as biotecnologias do dispositivo são colocadas em ação para
que se justifique a sexualidade enquanto razão de viver e núcleo identitário.
É difícil separar o
alcance dos três aspectos do dispositivo de tal forma são entrelaçados. O sexo
social masculino se objetiva como sendo o referente geral do humano e o
feminino, o diferente. Entretanto, sua construção no seio do dispositivo da
sexualidade sofre a interferência de um outro dispositivo: o dispositivo
amoroso.
O feminino atualmente parece erigido em dois eixos? O do sexo-trabalho-autonomia e o do amor-maternidade-dom de si. As estratégias
sociais os misturam e imbricam para perfazer um feminino contraditório: o
trabalho e a autonomia face aos apelos da maternidade e da domesticidade; a
sexualidade múltipla face ao desejo de uma relação estável, a necessidade de
seduzir oposta à afirmação enquanto sujeito livre do olhar de outrem. Estes
dois eixos giram em torno da heterossexualidade para a grande maioria.
É a reprodução de antigas
fórmulas que caracterizam as mulheres: doces, devotadas, amáveis e sobretudo,
amantes. O amor as atualiza na expressão identitária de “mulheres”: é sua razão
de ser e de viver. Elas estão prontas ao sacrifício e ao esquecimento de si por
“amor”. O dispositivo amoroso é o canto do amor pelas biotecnologias sociais, da
vida que floresce na realização de outrem. São as tarefas e os papéis
específicos inculcados no feminino que devem coabitar com a “nova mulher
liberada”, cuja sexualidade deve ser desenfreada.
Este dispositivo amoroso
atrela à representação do feminino toda uma série de deveres, de
culpabilidades, de normas à serem seguidas por uma “verdadeira mulher” que vão
da aparência ao dom de si sem reserva: as tarefas domésticas – compras, roupa,
cozinha, limpeza- o cuidado com as crianças e os velhos, sem esquecer a sedução
do marido/ companheiro e as exigências do trabalho remunerado
Através da inculcação dos mecanismos do dispositivo amoroso,
as mulheres tornam-se servas, igualmente obrigadas a uma sexualidade que as
identifique como « modernas ». A maternidade não é mais restrita ao
casamento, mas... tornou-se uma necessidade biológica. As clínicas de
inseminação artificial se multiplicam, as lésbicas passam a ter filhos, isto é
a biotecnologia, mas também a imagem do feminino, aquele que se traduz e se
completa na procriação.
O ventre das mulheres continua a ser controlado pelo patriarcado, pedra angular de seu poder, quer
seja por meio de representação social do feminino, quer seja pela coerção da
lei ou das normas sociais. A liberdade sexual sim, mas uma gravidez indesejada
deve ser suportada até o fim. Os religiosos, todos deuses confundidos, rugem
para melhor ameaçar de prisão e de danação eterna toda mulher que recuse uma
gravidez.
Nos contornos dos saberes
atuais, as práticas e os discursos sociais agem, de forma insidiosa, para
melhor controlar as mulheres, reféns delas mesma, proclamando sua liberdade.
Ser mulher é, desta forma, ainda e sempre uma construção do poder cuja novidade
é o reaparecimento dos antigos modelos em novas roupagens.
O terceiro aspecto, o
dispositivo da violência, material e simbólica, faz parte constitutiva dos dois
primeiros. Se a violência doméstica é mais visível hoje em dia, continua a
acontecer no silencio e no medo. Quem deu aos homens a possibilidade de
aterrorizar, bater, enclausurar mulheres e crianças no domínio privado, senão a
condescendência da sociedade patriarcal? As mulheres que denunciam as agressões
tantas vezes retiram as queixas, dobrados pelo jugo do dispositivo amoroso:
perdoar, esquecer, dar outras chances.
O dispositivo da
violência encabeça os dois outros, e se misturam de modo inextrincável. Assim,
a construção do sexo social é ela mesma uma violência e a instituição da
diferença das mulheres o é igualmente. A noção de “natureza”, para melhor
excluir, coagir e discriminar as mulheres faz parte da panóplia do dispositivo
da violência. O poder assim instalado, autoriza e justifica todas as agressões,
abusos e brutalidades quer seja no espaço público ou privado.
A ameaça da perda de
poder e da posse, não é o motor de uma violência que oscila entre o estupro, golpes
e assassinatos de mulheres, sem falar do ácido ou do fogo que desfiguram e
destroem? Uma nova palavra “feminicídio” foi criada para exprimir esta
realidade: elas são mortas pois são mulheres e querem ser livres. São
violentadas porque os homens podem fazê-lo, autorizados pela “fraternidade” que
o conjunto dos homens partilham. Finalmente, o estupro é um tributo pago pelas
mulheres à virilidade, na paz ou na guerra.
Estes três elementos do
dispositivo reformulam os pontos de apoiodo patriarcado, mas os mantém
firmemente no lugar. Fala-se de liberdade e do desabrochar das mulheres, mas os
discursos sobre a “nova” sexualidade e a “nova mulher” reproduzem, de fato, a
“natureza” e a “diferença”.
Onde foi parar a produção
de conhecimentos feministas, se suas análises radicais da construção da carne
em corpos sexuados, das significações e das representações sociais que mantém
as mulheres na “diferença” e na inferioridade?
A violência simbólica do
silencio faz parte constitutiva do biopoder patriarcal, das biotecnociencias
que insistem na retomada dos papeis sexuais “naturais”. Sob a categoria
“gênero” a academia finge a incorporação dos estudos feministas para melhor
desfigurá-los. Sob a denominação “novos feminismos” pretende-se destroçar a
denúncia dos pilares do sistema patriarcal: “a natureza” e a “diferença”.
Na lógica das relações
societais que estabelecem os valores, as normas, os métodos analíticos, as
categorias de apreensão e de construção do real, os feminismos constituem um
saber de ponta, desconstruindo as narrativas mestras, fundadoras do poder
patriarcal. A esperança é que tudo que se constrói, pode ser desconstruído.
BIBLIOGRAFIA
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partenaires Villefranche-de-Rouergue: Terra cognita, Editions de
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RICH, Adrienne. La
contrainte à l´hétérosexualité, Questions Féministes, n,1, Mars Paris:
Editions Tierce, 1981.
WITTIG, Monique. La
pensée straight. Questions Féministes, n.7, février, Paris : Editions
Tierce, 1980